A súplica de Inês
«Não é de crer que D. Afonso IV estivesse presente e que Inês implorasse o seu perdão, invocando os três filhos que eram vergônteas do trono régio. Custa a aceitar que o monarca se prestasse a um diálogo patético com a mãe dos seus netos, pelo que, fazendo como Pilatos, deixou a bárbara decisão aos conselheiros que, a 7 de Janeiro de 1355, degolaram Inês de Castro.» (Serrão, 1995: 276).
«Não é de crer que D. Afonso IV estivesse presente e que Inês implorasse o seu perdão, invocando os três filhos que eram vergônteas do trono régio. Custa a aceitar que o monarca se prestasse a um diálogo patético com a mãe dos seus netos, pelo que, fazendo como Pilatos, deixou a bárbara decisão aos conselheiros que, a 7 de Janeiro de 1355, degolaram Inês de Castro.» (Serrão, 1995: 276).
O casamento secreto com D. Inês
Apesar de ter jurado que casara com D. Inês, D. Pedro não conseguiu convencer os portugueses. As dúvidas mantêm-se até aos dias de hoje. Na verdade, o facto de tanto D. Pedro como as duas testemunhas não se lembrarem da data de casamento, originou desconfiança, uma vez que é estranho que alguém não se recorde de uma data tão importante.
"*CAPITULO XXVII*
Como el-rei Dom Pedro de Portugal disse por Dona Ignez que fora sua mulher recebida, e da maneira que em ello teve.
Já tendes ouvido compridamente, onde falamos da morte de D. Ignez, a razão por que a el-rei Dom Affonso matou, e o grande desvairo que entre elle e este rei Dom Pedro, sendo então infante, houve por este aso. Ora,assim é, que emquanto Dona Ignez foi viva, nem depois da morte d'ella emquanto el-rei seu padre viveu, nem depois que elle reinou até este presente tempo, nunca el-rei Dom Pedro a nomeou por sua mulher; antes dizem que muitas vezes lhe enviava el-rei Dom Affonso perguntar se a recebera, e honral-a-ia como sua mulher, e elle respondia sempre que a não recebera, nem o era. (...)
E porém, não é cousa que possa ser, estando homem em sua saude, que lhe cousa notavel esqueça, posto que lhe o conto dos diasesqueça, que é transitorio, e não da essencia do lembramento."
E porém, não é cousa que possa ser, estando homem em sua saude, que lhe cousa notavel esqueça, posto que lhe o conto dos diasesqueça, que é transitorio, e não da essencia do lembramento."
Crónica de D. Pedro I, Fernão Lopes
A coroação de Inês
Diz a lenda:
“O rei estava sentado no seu trono, estando, à sua direita, D. Inês. Os nobres iam passando, um a um à frente do cadáver e beijando a mão. Um grande silêncio invadia a sala. Sem se atreverem a levantar os olhos, todos os nobres e religiosos juraram lealdade e respeito à rainha morta.”
Fotografia: Bill Cooper
Scottish Opera 1999, Jonathan Moore
A lenda tem fundamentos históricos. Realmente, Inês de Castro foi coroada depois de morta. No entanto, não podemos esquecer que a lenda tem aspectos imaginados. Se a coroação tivesse acontecido desta forma, encontraríamos referências nos documentos da época e, nos documentos mais antigos (“Crónica del rey D. Pedro de Castilla” ou “Chronica do Senhor Rei dom Pedro I de Portugal”), não se encontram provas da coroação em cadáver de D. Inês.
Numa página disponibilizada pelo Centro Virtual Cervantes, encontramos uma análise, efectuada por Antonio Sanchez Moguel, acerca da lenda, fonte de inspiração de vários escritores.
CINEMA PORTUGUÊS - "INÊS DE CASTRO" - VIDEO 11
Retirado da Youtube:
http://www.youtube.com/watch?v=ZEu7aYlSgS8&feature=PlayList&p=FE86811D63E7C610&index=10